segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

“QUANTO MAIS CARO, MELHOR" INFORMA VEJA

Obra do escultor suíço atingiu preço recorde em leilão. (Reuters).

A Revista VEJA, em sua edição de 10 de fevereiro, traz matéria sobre o mercado de arte internacional, mais particularmente dos leilões de arte. A partir da venda de uma obra do artista suíço Alberto Giacometti (a escultura em bronze L'homme qui marche I), ocorrida em Londres, na Sotheby´s, em 04 de fevereiro do corrente, estabeleceu-se novo recorde de obra de arte mais cara do mundo: 104,3 milhões de dólares. A peça, que pertencia a um banco alemão, foi arrematada por 110 milhões de francos.
Segundo informa o articulista André Petry, a notícia é boa: quando uma peça artística bate recorde de preço, é sinal de que a economia vai bem.

O homem caminhando I foi arrematado em apenas oito minutos por telefone, por um comprador que preferiu ficar anônimo. Trata-se do maior preço já pago por uma obra de arte em leilão", informou a Sotheby's. O lance mínimo era de 12 milhões de libras esterlinas (US$ 19,05 milhões).

A escultura em bronze em tamanho natural (1,83 m) é considerada a principal obra de Giacometti e está estampada também na nota de 100 francos suíços. Existem seis originais da peça. Filho do pintor impressionista Giovanni Giacometti (1868–1933), Alberto Giacometti (1901-1966), esculpiu a obra em 1961. O homem caminhando I faz parte de uma série de esculturas de bronze esbeltas feitas pelo artista suíço entre 1947 e sua morte e que representam homens e mulheres solitários.

Banco não queria mais a escultura
Por Geraldo Hoffmann, http://www.swissinfo.ch/.

O homem caminhando I era uma das 3 mil obras da coleção de arte do Dresdner Bank e estava exposta no hall de entrada do banco em Frankfurt. Com a fusão de maio de 2008, ela passou para o Commerzbank, que, segundo o portal Tagesanzeiger.ch, se desfez da obra "porque a figura do homem emagrecido poderia ser interpretada como símbolo da crise bancária".

O dinheiro arrecado no leilão, porém, não será destinado ao pagamento de bônus de executivos e sim a fundações do Commerzbank (segundo maior banco alemão depois do Deutsche Bank) e a museus para projetos de restauração.

No mesmo leilão da Sotheby's foi vendido o quadro Kirche em CassonePaisagem com ciprestes, do pintor austríaco Gustav Klimt (1862-1918), por US$ 43 milhões, o dobro do preço estipulado. A pintura havia desaparecido em Viena durante a ocupação nazista da Áustria e só reapareceu décadas mais tarde. Klimt pintou o quadro em 1913, durante uma viagem com sua musa Emilie Flöge ao Lago de Garda, maior lago da Itália.